25 outubro 2015

Slingar é resistir à ideia de que colo é ruim e que lugar de mãe é em casa

Apoiadas pelos benefícios já identificados em estudos internacionais, cada vez mais mães brasileiras aderem aos carregadores de pano que prometem aliviar o incômodo das cólicas e do refluxo, fortalecer o vínculo entre a mãe e o bebê e favorecer a amamentação
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27 julho 2015

Sling deixa criança protegida e a mãe com as mãos livres

Publicado Atualizado 04/05/2015 - 09h51

 
Desde que a filha nasceu, Natália usa o sling para carregá-la, prática que não foi abandonada ainda, mesmo com a filha com mais de um ano.Foto: Arquivo pessoal.
Quem é mãe sabe que não existe coisa melhor do que ficar com o filho no colo, bem pertinho e aconchegado. Desde que nascem, as crianças têm uma necessidade fisiológica de se sentirem seguras e protegidas. E, apesar do desejo de acalentar os bebês, as mães também sabem que não é fácil seguir com as atividades diárias com os filhos nos braços. Mas esse dilema tem solução. No Brasil e no mundo, muitas mulheres estão aderindo a uma maneira diferente de estarem perto de seus filhos, e ainda assim, terem as mãos livres. Isso é possível com o uso do sling, um pedaço de tecido que, ao ser amarrado ao corpo da mãe, pode acomodar crianças recém-nascidas ou com até, em média, os dois anos de idade.

O sling (ou tipoia em inglês) que conhecemos hoje seria apenas uma releitura de algo usado desde a Antiguidade, por mulheres de países africanos, de civilizações pré-colombianas ou indígenas. Atualmente, com a maior divulgação do tecido, vem crescendo o número de mães que passaram a utilizá-lo. E as adeptas são só elogios ao produto, que permite levar o bebê de várias maneiras, todas elas em posições mais ergonômicas para ambos.
A doula e bancária Natália Drulla Lied, de 27 anos, está entre essas mães. “O uso do sling é muito bom e os benefícios são diversos! Minha filha Ana Lara está prestes a completar 14 meses e ainda utilizo o wrap sling. Conheci o sling nas rodas de conversa de gestantes e comecei a utilizá-lo desde a primeira hora de vida dela”, lembra. Quanto às amarrações, ela e o marido tiveram a ajuda de uma consultora e também pesquisaram sobre o assunto na internet. “Quando a Ana Lara tinha quatro dias compramos dois wrap slings e, com a ajuda da consultora, aprendemos as duas principais amarrações, mas existem outras”, relata Natália, que lembra que as amarrações devem ser feitas com cuidado, para que as pernas fiquem “acocoradas”, e a coluna com sua curvatura natural.
Para ela, os benefícios do sling são muitos, para as mães e os bebês. “Penso que os nenéns são muito beneficiados dentro do sling. Eles escutam o coração da mãe, sentem o cheiro, percebem o acolhimento e aconchego, se mantêm em uma temperatura adequada, vivendo uma extensão da vida intrauterina. Para a mãe, há o alívio de ter seu neném por perto, seguro e quentinho. E a vantagem de ter as mãos livres para poder fazer outras atividades, independente do local em que esteja”.
 
Para Isabella, o uso do sling foi tão benéfico, que ela decidiu criar um grupo em que recebe outras mães para compartilhar dúvidas e informações, com a dança como pretexto.
Cuidados essenciais
De acordo com o pediatra e ortopedista do Hospital Pequeno Príncipe Evando Góes, se usado da forma correta, o sling não traz nenhum risco para as mães ou para as crianças. “Sob o ponto de vista ortopédico, não existe nenhuma contraindicação ao uso. No entanto, a única ressalva é caso a mãe tenha algum tipo de problema na coluna, mas nesta situação, até carregar o filho no colo pode não ser aconselhado”. Para as mães, segundo ele, o sling é bom porque fortalece o vínculo com o bebê, facilita as mamadas e libera-a para usar as mãos. “Já para os bebês, desde que respeitada a postura, a posição das pernas e da cabeça, o sling pode ser muito confortável, já que simula o ambiente em que eles viviam no ventre materno”.