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31 julho 2019
A REESTRUTURAÇÃO, PELO EU, DO CORPO HERDADO
A REESTRUTURAÇÃO, PELO EU, DO CORPO HERDADO
por Biblioteca Virtual da Antroposofia
A compreensão do desenvolvimento na primeira infância ocorre quando estudamos a forma como o Eu atua no corpo da criança. Inicialmente ele atua nos sistemas muscular e ósseo. Quando, através da aquisição vertical pela vontade, a criança toma pose da nuca, das costas, da bacia, das pernas e dos pés, vai se desenvolvendo a musculatura, que se diferencia entre as fibras musculares físicas, que se contraem rapidamente, e as tônicas que atuam com força. A vontade também atua na alteração do sistema ósseo. Em primeiro lugar, a criança se esforça para levantar a cabeça e voltá-la livremente para o meio ambiente. É neste processo que se forma a curvatura característica da coluna vertebral na altura da nuca, a chamada lordose cervical. A criança recém-nascida ainda não tem esta curvatura. Ela se forma por meio do esforço feito para sustentar a cabeça livremente, ou seja, na superação da força da gravidade. De início, a curvatura aparece temporariamente, para se tornar uma configuração permanente dentro de cinco anos.
Quando a criança se esforça para ficar de pé livremente, lá pelo fim do primeiro ano de vida, também há a transformação da parte inferior da coluna vertebral. Isto se dá quando, em relação à sua posição anterior, as pernas dão uma virada e se instalam debaixo do tronco, dando origem à curvatura no âmbito lombar, a chamada lordose lombar, que também se torna, dentro de cinco anos uma forma permanente.
A coluna lombar não tem sua forma humana por hereditariedade e nem pela maturação determinada geneticamente, mas sim, pela vontade “egóica” da criança, que atua no esforço feito para a aquisição da posição livre da cabeça e do ficar em pé e andar. A criança não toma simplesmente posse de seu corpo, ela o reestrutura até o sistema ósseo. Quando então, o ser humano se coloca na postura sentada ou de pé, as curvaturas da coluna se acentuam pelo peso da cabeça e do tronco. O ser humano está constantemente se contrapondo à força da gravidade, ele está procurando continuamente se manter na vertical. Pela reestruturação da coluna ele se revela como Eu dentro do corpo.
A reestruturação do corpo também atinge os quadris, as pernas e os pés. No recém-nascido, as pernas são visivelmente mais curtas e os joelhos virados para fora. Juntamente com a aquisição do ficar em pé e andar, a pernas crescem contra a força da gravidade e são reestruturadas. A nova configuração se realiza até o sétimo ano de vida. Nela se revela uma grande luta com o peso do corpo, uma atividade sustentadora. Portanto o corpo adquire também nas pernas uma forma que mostra, na superação da força da gravidade, a atuação do Eu. Impressionante é a reestruturação dos pés, onde o peso do corpo se faz mais intenso e onde, através do ato de andar, e principalmente quando a criança anda na ponta dos pés, surge a arcada do pé. Vemos aqui novamente até os sete anos, uma configuração que surgiu de uma vigorosa luta contra a força da gravidade. Ela é a base sobre a qual o homem pode se manter em equilíbrio e é a condição para um andar leve e flexível.
O desenvolvimento na primeira infância é um acontecimento que atua profundamente para dentro das regiões inconscientes do corpo. A criança recém-nascida tem um corpo estruturado por leis e forças da hereditariedade. Inicialmente seu corpo é uma organização basicamente impessoal, que é reestruturada pelo Eu. Nesta reestruturação o Eu permeia o corpo e nele se expressa. Quando observamos os novos traços fisionômicos que vão surgindo, percebemos que a criança adquire uma configuração marcada pelo Eu, que vai até o sistema ósseo. Na aquisição da postura ereta tem início um processo ao qual, geralmente, não é dado o devido valor. Trata-se da individuação do corpo humano.
Ernest Michael Kranich
Tradução de Christa Glass e revisão de Ruth Salles
http://www.antroposofy.com.br/forum/a-reestruturacao-pelo-eu-do-corpo-herdado/
06 janeiro 2016
Saiba os riscos de introduzir alimentos antes do sexto mês de vida do bebê
Por Giovanna Balogh 27/07/2015 via http://maesdepeito.blogosfera.uol.com.br
É
recorrente os casos de mães que fazem a introdução alimentar dos bebês
precocemente. Algumas fazem por conta própria pois estão preocupadas com
o retorno ao trabalho devido à curta licença maternidade ou por
‘pressões familiares’, mas há outras que dão papinhas antes do bebê
completar o sexto mês de vida com a orientação do pediatra, que
contraria as recomendações da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria),
do Ministério da Saúde e da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Em
grupos virtuais de maternidade, muitas mães apresentam dúvidas ao
introduzir frutas, sucos, papinhas salgadas e até mingaus para os filhos
com três, quatro meses de vida. A SBP alerta que alimentar um bebê
antes dele ter seis meses pode trazer sérias consequências na saúde
dessa criança. Independentemente se o bebê toma leite materno ou
artificial a introdução de alimentos complementares só deve ser feita
após o sexto mês de vida.
No caso do bebê que mama exclusivamente no peito, é possível fazer a ordenha para o leite ser dado na ausência da mãe. Veja aqui dicas de como retirar o leite e oferecer ao bebê.
A
médica do departamento de nutrologia da SBP Virginia Resende Silva
Weffort explica que a introdução precoce de alimentos “programa” a
obesidade futura, pressão arterial, o metabolismo do colesterol,
resistência insulínica, arterosclerose, saúde óssea e imunológica.
Virginia,
que também é professora de pediatria da Universidade Federal do
Triângulo Mineiro, comenta que a SBP tem divulgado vários documentos
para a classe médica orientando que a introdução alimentar deve ser
feita apenas após o bebê completar seis meses de vida.
“Trabalhos
científicos existentes mostram a relação direta da introdução precoce da
alimentação com a obesidade futura, uma vez que os sistemas digestório e
renal do bebê iniciam sua maturidade em torno dos quatro meses e
somente estarão aptos a receber outro alimento por volta dos seis
meses”, diz.
INTRODUÇÃO DEVE SER FEITA LENTAMENTE
A
introdução alimentar não pode ser feita às pressas já que é um período
de adaptação, ou seja, pode levar dias, semanas, até que o bebê comece a
aceitar e comer melhor.
Os pediatras explicam que é importante
não forçar a criança pois é natural que ela recuse alguns alimentos, ou
seja, é preciso ter paciência nesta fase.
No início, quando são
oferecidas frutas e papinhas salgadas, os pais devem usar um garfo para
amassar a comida, que não deve nem ser batida no liquidificador nem
passada na peneira. Gradativamente é possível aumentar a consistência
para pedaços até a refeição se assemelhar com a da família.
Muitos
pais têm optado pelo BLW (Baby-led Weaning), ou em tradução livre, o
desmame que o bebê lidera) na introdução dos alimentos. A ideia do BLW é
bem simples: colocar a criança na mesa com o restante da família e
permitir que ela escolha o que comer com a própria mão. Quem é adepto da
técnica diz que a criança come melhor e ainda evita aquela ‘batalha’ na
hora das refeições para tentar fazer o bebê comer tudo o que os pais
querem.
Independente
se o pai fará esse método ou dará a papinha tradicional, é importante
oferecer uma variedade no cardápio com frutas, hortaliças, legumes,
carnes e também respeitar a saciedade da criança. Lembre-se que esse é
um processo novo para o seu filho e que pode necessitar de um período de
adaptação.
A médica ressalta que apenas aos seis meses, a maioria
das crianças atinge estágio de desenvolvimento com maturidade
fisiológica e neurológica e atenuação do reflexo de protrusão da língua,
o que facilita a ingestão de alimentos. “Somente com essa idade as
enzimas digestivas são produzidas em quantidades suficientes, permitindo
que as crianças recebam outros alimentos além do leite materno. A
salivação e a concentração de amilase [enzima produzida pelo pâncreas e
pelas glândulas salivares], são reduzidas nos primeiros meses de vida”,
explica a pediatra.
A pediatra diz ainda que o sistema digestório
e renal da criança pequena são imaturos, o que limita a sua habilidade
em manejar alguns componentes de alimentos diferentes do leite. Vale
ressaltar que a criança antes dos seis meses não consegue ficar sentada
para fazer uma refeição. “Somente após o sexto mês o sistema
neuropsicomotor está desenvolvido permitindo que o bebê fique sentado
sem apoio e que role os alimentos na boca”, diz.
A pediatra
comenta que o período de introdução da alimentação é de elevado risco
para a criança tanto pela oferta de alimentos desaconselháveis
favorecendo a obesidade, anemia e outras deficiências, quanto pelo risco
de contaminação, devido à manipulação e ao preparo inadequado
favorecendo a ocorrência de doença diarreica e consequente desnutrição.
Outro problema é que a introdução precoce também pode ocasionar engasgos
e até alergias na criança.
OS DEZ PASSOS PARA A ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL*
1 – Dar somente leite materno até os seis meses, sem oferecer água, chás ou qualquer outro alimento.
2
– A partir dos seis meses, oferecer de forma lenta e gradual outros
alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais.
3
– A partir dos seis meses, dar alimentos complementares (cereais,
tubérculos ou raízes, carnes, leguminosas, frutas e legumes) três vezes
ao dia, se a criança receber leite materno, e cinco vezes ao dia, se
estiver desmamada.
4 – A alimentação complementar deve ser oferecida sem rigidez de horários, respeitando sempre a vontade da criança.
5
– A alimentação complementar deve ser espessa (grossa) desde o início e
oferecida de colher; começar com consistência pastosa (papas /purês), e
gradativamente aumentar a sua consistência até chegar à alimentação da
família.
6 – Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é uma alimentação colorida.
7 – Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições.
8
– Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas,
salgadinhos e outras guloseimas, nos primeiros anos de vida. Usar sal
com moderação.
9 – Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos, e armazená-los e conservá-los adequadamente.
10
– Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo
sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua
aceitação.
*Segundo recomendação do Ministério da Saúde
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